Soja: Mercado mantém tom negativo e amplia perdas nesta 6° feira em Chicago

Soja: Mercado mantém tom negativo e amplia perdas nesta 6ª feira em Chicago

Publicado em 13/11/2015 12:50

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) mantêm o tom negativo na sessão desta sexta-feira (13). Por volta das 11h45 (horário de Brasília), as principais posições da oleaginosa exibiam perdas entre 3,00 e 7,00 pontos. O vencimento janeiro/16 era cotado a US$ 8,56 por bushel e o março/16 a US$ 8,57 por bushel.

As cotações voltaram cair depois de fechar o dia anterior com leves altas. Nesta quinta-feira, as cotações encontraram suporte no anúncio da venda de 300 mil toneladas de soja americana para a China. O volume negociado deverá ser entregue na temporada 2015/16. Com isso, os traders aproveitaram para recomprar posições.

Frente à conclusão da colheita norte-americana, o foco do mercado se volta ao plantio do grão na América do Sul. Até o dia 6 de novembro, a semeadura do grão já estava completa em 49% da área projetada para o Brasil.

"Acreditamos que o mercado ainda não tenha precificado esse início de temporada no Brasil. Ainda temos alguns problemas com o clima adverso no norte de Minas Gerais, parte de Goiás, no Tocantins e nos estados do Nordeste, como Maranhão, Piauí e Bahia. Porém, temos lavouras excelentes no Paraná, Mato Grosso do Sul, sul de MG, São Paulo. Já no Mato Grosso, o cultivo do grão evoluiu bem", explica o consultor de mercado França Junior Consultoria, Flávio França Jr.

"O mercado continua a observar as previsões climáticas, que mostram chuvas sobre a região Centro-Oeste do Brasil e depois das fortes tempestades essa semana no Norte da Argentina e Sul brasileiro", disse Bryce Knorr, analista e editor do site internacional Farm Futures.

No Brasil, as chuvas permanecem irregulares no Centro-Oeste e deverão continuar dessa forma nos próximos dias, conforme boletim informativo do agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio dos Santos. "Chuvas mais generalizadas só deverão ocorrer na próxima semana e mesmo assim, somente mais para o final da semana. Até lá a previsão é para eventuais pancadas de chuvas, muito irregulares. Desse modo, o plantio da soja ainda continuará “andando de lado” e novas perdas deverão ocorrer", completa.

Enquanto isso, as vendas semanais de soja somaram 1,297 milhões de toneladas na semana encerrada no dia 5 de novembro. O volume representa uma alta de 98% em relação à semana anterior, na qual, as vendas totalizaram 655,6 mil toneladas do grão. O principal comprador da soja no período foi a China. No total, as apostas dos investidores estavam entre 600 mil a 1 milhão de toneladas.

Com o novo boletim, o acumulado no ano comercial  2015/16 subiu para 29.630,6 milhões de toneladas de soja até a última semana. Ainda assim, o total é 22% menor do que o registrado no mesmo período do ano anterior, e na semana passada, esse índice era de 20%. As informações foram reportadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta sexta-feira.

Mercado interno

No Porto de Rio Grande, a saca da soja disponível era cotada a R$ 82,50, com ligeira alta de 0,61%. Já a cotação da saca para entrega em maio/16 estava estável em R$ 77,00. Apesar da leve alta no câmbio, os preços sentem a queda mais forte no mercado internacional.

Por volta das 12h24 (horário de Brasília), a moeda norte-americana era cotada a R$ 3,7966, com ganho de 0,78%. As incertezas políticas e econômicas no Brasil rondam o mercado e acabam dando suporte ao dólar, conforme dados do site G1.

Contudo, os analistas ressaltam que os negócios têm acontecido de maneira bastante pontual, uma vez que, os produtores estão focados na implantação das lavouras nesse momento. E tentam garantir uma boa produtividade para essa temporada.